Sempre pensei que o amor doía. Que nos fazia respirar unicamente o ar que flutua nos pulmões da outra pessoa, como se todo o ar restante fosse ofensivamente impuro. Que o tempo se alongava ou apressava ao ritmo dos batimentos de um sangue inexplicavelmente quente. Que minutos, horas, dias ou semanas de ausência pesam a mesma opressão sobre o peito. Pensei que alguma coisa invisível unia duas pessoas, um cordão suave que pairava sobre tudo e todos. Um canal por onde passavam pedacinhos pequeninos de dois cosmos em sintonia. Sempre pensei que era quando se rompia esse cordão que o amor doía. E é verdade.
Só pedacinhos de cosmos perdidos na imensidão do infinito.
Não gosto do amor.
"não me perguntes quem sou. não me perguntes nada. eu não sei responder a todas as perguntas do mundo. pousa os lábios sobre a página. devagar,muito devagar. vamos beijar-nos."
terça-feira, fevereiro 28, 2006
Pedaços
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Luxúria
Lençóis de seda vermelha amontoados no fim da cama, ainda quentes das carícias sôfregas. No chão o avesso da lingerie marca os passos apressados vindos da porta. Os perfumes copulam e adormecem, inebriantes e inebriados. O ar do quarto vazio pesa. Pesa como o silêncio de tudo o que ficou por dizer.
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