Desde o primeiro dia ansiei por estes momentos. Ao ouvir as vozes de negro esperava tornar-me numa delas e deixar de ver no chão o reflexo da minha face. Os primeiros dias… Caminhei sozinha por um corredor estreito, escuro de negro, ainda cambaleante porque me haviam levado uma parte de mim. Vozes de bocas desconhecidas, olhos que não me viam.
Sem que disso me apercebesse as vozes começaram a preencher-me, sorrisos tímidos foram surgindo e logo olhares que pousavam sobre mim. Olho à volta e já não estou sozinha. Agora só um espaço de luz a perder de vista e descobertas vestidas de negro e azul escuro. As faces já têm nomes, histórias, já são únicas no seu valor.
A união brotou com a naturalidade da água a correr, os laços apertaram-se na convicção de que jamais alguma das partes do todo ficará sozinha.
E assim chegamos ao fim de uma fase tão mágica: a fase da inocência, do idealismo, da descoberta. Agora impõem-se a maturidade e o bom senso que as vozes de negro nos ensinaram à sombra de uma floresta feita dos encantos dos que por lá passaram.
Trajar foi sentir-me grande em mim mesma. O bater dos sapatos em uníssono pela rua foi o bater do coração. A mancha negra espalhada pela Cordoaria foi o tamanho da saudade e da alegria. O primeiro acorde… E só ficamos eu, a minha madrinha e o manto da noite que me envolveu. As gotas de água brotavam do infinito e do céu dos nossos olhos numa bênção que pareceu celestial. Flutuei sobre mim mesma tal como o choro da guitarra enquanto sentia as mãos dadas numa só. Abracei dentro da minha capa, como dentro de mim, aqueles que fazem o coração respirar fundo.
Nasce o Sol, radiante para nos ver, e segue-se um momento em família. Unidos em corpo e alma os aplausos foram o som do orgulho por todos os que começam uma nova etapa. Cartolando e vestindo o bolso ou a pasta de azul escuro todos fomos vencedores.
Seguiu-se o cortejo. Um desfile de euforia, de orgulho. Gritos e canções de pulmões cheios de recordações e esperanças. Saltos que nos elevavam a um céu que nos acolheu de braços abertos. O Sol apresentou-nos luminosos à cidade do Porto e a sombra só nos cobriu quando a tribuna se aproximava. Sombra por fora e por dentro. O frio da reflexão, da introspecção, da recordação. A tribuna ficou para trás e com ela os momentos de t-shirt azul escura e mãos negras de terra, ásperas mas sempre estendidas.
Olhar para o passado nunca impede de imaginar o futuro e há coisas que permanecem na memória e no coração ou até mesmo no tempo quando ele decide ser piedoso. Os momentos e as pessoas levo-os comigo para sempre. Obrigada.
Sem que disso me apercebesse as vozes começaram a preencher-me, sorrisos tímidos foram surgindo e logo olhares que pousavam sobre mim. Olho à volta e já não estou sozinha. Agora só um espaço de luz a perder de vista e descobertas vestidas de negro e azul escuro. As faces já têm nomes, histórias, já são únicas no seu valor.
A união brotou com a naturalidade da água a correr, os laços apertaram-se na convicção de que jamais alguma das partes do todo ficará sozinha.
E assim chegamos ao fim de uma fase tão mágica: a fase da inocência, do idealismo, da descoberta. Agora impõem-se a maturidade e o bom senso que as vozes de negro nos ensinaram à sombra de uma floresta feita dos encantos dos que por lá passaram.
Trajar foi sentir-me grande em mim mesma. O bater dos sapatos em uníssono pela rua foi o bater do coração. A mancha negra espalhada pela Cordoaria foi o tamanho da saudade e da alegria. O primeiro acorde… E só ficamos eu, a minha madrinha e o manto da noite que me envolveu. As gotas de água brotavam do infinito e do céu dos nossos olhos numa bênção que pareceu celestial. Flutuei sobre mim mesma tal como o choro da guitarra enquanto sentia as mãos dadas numa só. Abracei dentro da minha capa, como dentro de mim, aqueles que fazem o coração respirar fundo.
Nasce o Sol, radiante para nos ver, e segue-se um momento em família. Unidos em corpo e alma os aplausos foram o som do orgulho por todos os que começam uma nova etapa. Cartolando e vestindo o bolso ou a pasta de azul escuro todos fomos vencedores.
Seguiu-se o cortejo. Um desfile de euforia, de orgulho. Gritos e canções de pulmões cheios de recordações e esperanças. Saltos que nos elevavam a um céu que nos acolheu de braços abertos. O Sol apresentou-nos luminosos à cidade do Porto e a sombra só nos cobriu quando a tribuna se aproximava. Sombra por fora e por dentro. O frio da reflexão, da introspecção, da recordação. A tribuna ficou para trás e com ela os momentos de t-shirt azul escura e mãos negras de terra, ásperas mas sempre estendidas.
Olhar para o passado nunca impede de imaginar o futuro e há coisas que permanecem na memória e no coração ou até mesmo no tempo quando ele decide ser piedoso. Os momentos e as pessoas levo-os comigo para sempre. Obrigada.
7 comentários:
Os teus textos tocam-me de uma maneira unica, especial. Então este... nem há palavras...
Palavra a palavra fui-me arrepiando e a lagrimazita pousou ao kanto do olho...
oi sem duvida uma semana cheia de momentos bons, melhor, muito bons... unicos inesqueciveis....
Agora estamos de maos dadas entre o preto... mas terei sempre a recordação de te ter visto como caloira de ter visto as expressões, os olhares, de te ter acompanhado sempre,de ter estado sempre de olhos em ti e de mãos dadas...
ADORO-TEEEE
***********************
"Trajar"; "cortejo"; talvez "azul-escuro"... Estas expressões, à partida independentes, vão dar, simplesmente, a isto: "Quando as palavras não bastam"... E fica tudo dito... Porque não há mesmo palavras que substituam esta divisão sentimental por que passamos nesta última semana como os meninos de azul escuro que se sujeitaram a sujar as mãos na terra da TAL floresta, e que, a partir de domingo, dia 1 de Maio, à meia-noite, passaram a sujeitar-se a derramar uma lágrima de cada vez que lhes sussurrarem a palavra "floresta" e a associarem a estes momentos inesquecíveis e indescritíveis.
Não há, de facto, sensação igual à que tivemos quando ouvimos o som dos temíveis sapatos negros a galgar rapidamente pelas ruas do Porto, regressando, agora às nossas memórias, os tempos em que cada passo tinha que ser silencioso; não há sensação igual à de olhar para nós mesmos e vermo-nos mergulhados no negro distante que por vezes "ilegalmente" víamos ao deslizar o olhar de baixo para cima.
Em cada olhar e cada passo nós aprendemos e fomos lentamente avançando. Até que chegou o dia de deixar tudo para trás... E agora o negro não é somente do traje que vestimos com tanto orgulho, nem da capa que nos fez chorar, naquela mágica noite em que foi traçada pela primeira vez, mas também é da nostalgia dos tempos de azul escuro...
Avançar na vida é sempre uma alegria.. Mas quem sentiu o azul escuro antes do negro, sem dúvida que chorou ao passar a tribuna - mas de tristeza... Porque momentos assim, não voltaremos a ter!
Sara: que o negro signifique para ti, como para mim e para todos os outros, o mesmo que significou o azul escuro... E que os momentos que nos fizeram chorar tenham, no futuro, equivalência noutros momentos que vamos viver. Sempre juntas. Lado a lado e sempre, sempre de negro!
Por tudo, obrigada...
espero que ao leres este teu texto mais vezes percebas o porquê de seres uma das 4 pessoas, das quais eu quero o rasgao na minha capa... e de mais ninguem... *
espero que, ao leres este teu texto de novo, percebas porque é que eu so quero quatro rasgoes na mnh capa... e pq é que foste tu a fazer um deles.. **
ha situaçoes em kas palavras parecem n chegar, parece ficar tanto p dizer, sn tudo mesmo....foi assim keu me senti na serenata, na imposiçao, no cortejo...olhei a minha volta e vi k tavam la as pessoas mais importantes pa mim mas kd lhes kis dizer isto a voz falhou, as palavras n sairam...so as lagrimas cairam p esta face...espero kelas tenham dito tudo o k tava preso na garganta...mais verdadeiro que um lagrima n ha nd...o negro foi testemunha do amor k sinto p todos akels k mudaram a minha vida neste ano...ele sabe pk tb sentiu o negro dessas pessoas num abraço apertado, num abraço de carinho, de saudade dos momentos k tao gravados no coração...nem e preciso dizer k es uma dessas pessoas a kem entrelecei a minha capa num laço k nunca se ira desfazer...o azul-escuro uniu nos, o negro tornou os nossos momentos eternos e a amizade fara com k nunca nos separemos...«isto e o inicio e n o fim»
k os caminhos k a praxe um dia cruzou, nc s separem********
Há muito tempo k keria comentar um texto teu..nao consegues imaginar qtas pessoas tocas com os teus textos..:) Este fez-me bem, apesar de toda a nostalgia que o envolve, deu-me garra, força de vontade para continuar, pork acredito muito neste mundo "negro" de que falas..o mundo do "azul escuro" passou por mim veloz, furioso..mas as recordações são tantas, que não o consigo tirar do peito :) ad eternum ****
Dois anos depois foram as nossas mãos que se deram sob o negro da capa. Mas desta vez eras tu que me guiavas...Engraçado, não é? =)
*
Enviar um comentário