Acariciava o ventre com jeitos de mãe-natureza e, pensativa, séria, sentia com a imaginação toda a formação de um ser humano
ali mesmo
dentro de si.
Nos ouvidos, na cabeça, no corpo todo era aquele
tique-taque, tique-taque, tique-taque.
O tempo levava-lhe a melhor naquela corrida sem meta à vista mas não duvidava nunca que ia acontecer. Era como se a criança estivesse desde sempre
ali mesmo
dentro de si
só à espera de ser.
Quando o milésimo pauzinho se enrubesceu pela primeira vez de cor-de-rosa, contou-lhe com toda a naturalidade do mundo.
Está aqui mesmo, dentro de mim.
No dia seguinte, no lugar dele estavam o guarda-roupa vazio, o perfume e o bilhete
Não pode ser. É demais para mim agora.
Ela ouvia o tique-taque do relógio biológico. Ele ouvia um tique-taque de explosão.
Para ele não podia ser. Para ela sempre fora.
"não me perguntes quem sou. não me perguntes nada. eu não sei responder a todas as perguntas do mundo. pousa os lábios sobre a página. devagar,muito devagar. vamos beijar-nos."
quarta-feira, junho 09, 2010
Tique-taques
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2 comentários:
muito bom.
curto, simples e tocante.
parabéns
Me hiciste recordar cuando supimos que íbamos a tener a Marta ,pero con una pequeña diferencia , que nosotros ,los dos , estábamos ansiosos por esta maravillosa magia . La de ver , sentir y por fin ,ver a nuestro precioso retoño . Gracias por hacernos revivir bonitos recuerdos .
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