Saiu de casa de manhã. Como todos os dias. Depois do banho demorado. Como todos os dias. Depois de se vestir com precisão de ritual. Como todos os dias. Depois de engolir o café apressado. Como todos os dias. E naquele dia, ela.
Ali.
Sentada na escada fria, os cabelos num desalinho de vendaval, o casaco comprido encostado ao corpo com a pressão de um abraço, o olhar cansado perdido algures entre sonho e realidade.
Ela.
Ergueu os olhos para ele e brilhou. Sorridente. Feliz. Expectante. Toda Luz. Levantou-se com a graciosidade de quem vai levantar voo, encheu a boca suave e "Olá". Um "Olá" morno, aconchegante, um "Olá" que soava a "Para Sempre".
Do bolso tirou um pequeno papel cuidadosamente dobrado em mil. Como um nascer-do-Sol, ficava mais e mais luminosa a cada centímetro que a sua mão se aproximava da dele.
Ele, ainda frio de surpresa, ainda manhã de silêncio, colheu o papel, desdobrou-se nele mil vezes e viu nas letras já esbatidas o nome que trazia gravado na memória, a grafia de uma mão inalcançável que admirava tanto, tanto, tanto. Uma mão do outro lado de um mundo que ele havia feito seu.
"Foi ele mesmo que assinou." A voz ainda morna, ainda doce.
"Obrigado. Muito obrigado". E foi só. Pousou-lhe um beijo rápido na bochecha e seguiu. Ele, ainda Inverno por dentro, não estava pronto para a Primavera que ela era.
Ali.
Quando a neve começou a cair, um reflexo mostrou as duas lágrimas que ela trazia penduradas nas orelhas.
Ali.
Sentada na escada fria, os cabelos num desalinho de vendaval, o casaco comprido encostado ao corpo com a pressão de um abraço, o olhar cansado perdido algures entre sonho e realidade.
Ela.
Ergueu os olhos para ele e brilhou. Sorridente. Feliz. Expectante. Toda Luz. Levantou-se com a graciosidade de quem vai levantar voo, encheu a boca suave e "Olá". Um "Olá" morno, aconchegante, um "Olá" que soava a "Para Sempre".
Do bolso tirou um pequeno papel cuidadosamente dobrado em mil. Como um nascer-do-Sol, ficava mais e mais luminosa a cada centímetro que a sua mão se aproximava da dele.
Ele, ainda frio de surpresa, ainda manhã de silêncio, colheu o papel, desdobrou-se nele mil vezes e viu nas letras já esbatidas o nome que trazia gravado na memória, a grafia de uma mão inalcançável que admirava tanto, tanto, tanto. Uma mão do outro lado de um mundo que ele havia feito seu.
"Foi ele mesmo que assinou." A voz ainda morna, ainda doce.
"Obrigado. Muito obrigado". E foi só. Pousou-lhe um beijo rápido na bochecha e seguiu. Ele, ainda Inverno por dentro, não estava pronto para a Primavera que ela era.
Ali.
Quando a neve começou a cair, um reflexo mostrou as duas lágrimas que ela trazia penduradas nas orelhas.
2 comentários:
Sim senhor. Adorei. Pintas muito bem os quadros de momentos.
"Ele, ainda Inverno por dentro, não estava pronto para a Primavera que ela era."
...
Beijo
Continua
Eu ia falar da frase que mais amei, mas o Cuco já falou dela! =(
Retrata um momento tão "so many times"! :|
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