Virou-se na cama e estendeu o braço moreno para chegar à caixa. A tampa de madeira escura, lisa, envelhecida pelo sol e pela lua, cansada de ser tampa, de abrir e fechar, sem outra utilidade que não a de revelar e esconder, fez ranger os gonzos e revelou a amálgama do conteúdo.
Brincos.
Brincos.
Brincos.
De cores, formas, tamanhos vários. De mulher, todos.
A princípio era acaso. Elas partiam e esqueciam-nos nos lençóis ainda quentes, no coração ainda suspirante, na vida ainda em desordem. Ele guardava-os, mais por distracção do que por dedicação. Assim abandonados, acumulados, foram conquistando paixão de coleccionador. Esquecera já os nomes, às vezes até os rostos de quem outrora os usara. Catalogava-os por aromas, sabores, sons de suspiro e gargalhada, palavras, silêncios, ondas assoberbadas de calor e frio. Amor(es).
Não os guardava por capricho nem por vaidade. Guardava-os para o caso de algum dia querer recolher todos os pequenos pedaços de alma que foi esquecendo na história de cada brinco.
Brincos.
Brincos.
Brincos.
De cores, formas, tamanhos vários. De mulher, todos.
A princípio era acaso. Elas partiam e esqueciam-nos nos lençóis ainda quentes, no coração ainda suspirante, na vida ainda em desordem. Ele guardava-os, mais por distracção do que por dedicação. Assim abandonados, acumulados, foram conquistando paixão de coleccionador. Esquecera já os nomes, às vezes até os rostos de quem outrora os usara. Catalogava-os por aromas, sabores, sons de suspiro e gargalhada, palavras, silêncios, ondas assoberbadas de calor e frio. Amor(es).
Não os guardava por capricho nem por vaidade. Guardava-os para o caso de algum dia querer recolher todos os pequenos pedaços de alma que foi esquecendo na história de cada brinco.
2 comentários:
perfeito*
Uma que ele ajudou a escrever da forma que soube e da forma que vai recordar.
;)
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